O Homem Que Virou Suco (O Homem Que Virou Suco)
Brasil - 1981
Direção: João Batista de Andrade
O diretor João Batista de Andrade é um cineasta premiado nacional e internacionalmente. Seus filmes já foram vencedores de prêmios como: Festival Internazionale del Giallo e del Mistero di Cattolica 1984 (Itália) - Indicado a Melhor Filme, Festival Internacional de Moscou (1981)- Medalha de Ouro (Melhor Filme), Festival de Gramado (1981) - Venceu nas categorias de Melhor Roteiro, Melhor Ator, Melhor Ator Codjuvante, entre outros. E O Homem que Virou Suco é um de seus trabalhos mais aclamados.
O enredo do filme é curioso: Deraldo (José Dumont), poeta nordestino que acabou de chegar em São Paulo é confundido com um assassino procurado pela polícia. A partir do momento em que precisa sair de casa para não ser mais perseguido, seus problemas começam a despontar.
Porém, o filme não aborda este tema superficialmente. Ele trata da viva de um nordestino em São Paulo de uma maneira diferente, sem mostrar uma vida cheia de sofrimentos, com mortes, pesares e clichês. Pelo contrário, Deraldo é uma pessoa com um senso de humor enorme, logo, é extremamente bem humorado. Ao passo que coisas ruins acontecem, ele tenta pensar em tudo pelo lado positivo; o que faz com imensa
malandragem.
O Homem Que Virou Suco tem um contexto muito especial, pois entre as décadas de 1960 e 1980 a migração nordestina para o Sudeste foi intensificada devido à industrialização do Brasil. E, assim como o filme de João Batista de Andrade, outros abordaram a migração nordestina para São Paulo, por exemplo, Viramundo (de Thomaz Farkas).
Mas o grande diferencial de O Homem Que Virou Suco é a abordagem do problema da migração e modo como o diretor intercala os momentos de descontração e reflexão e sua construção. Ao invés de o espectador sentir pena de Deraldo, ele se identifica com alguém que faz de tudo para conseguir um trabalho digno e se ver livre de falsas acusações.
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