terça-feira, 18 de maio de 2010

Juiz Priest

Juiz Priest (Judge Priest)
Estados Unidos - 1934
Direção: John Ford

A trama de Juiz Priest é simples: um juiz tenta proteger as minorias de uma pequena cidade no sul dos Estados Unidos. Apesar da simplicidade, não é o enredo em si o que realmente importa para o diretor John Ford; mas sim o modo como o juiz se comporta e seus valores. Priest (Will Rogers) é uma autoridade incomum: na sua concepção o pobre é inocente e o rico é o culpado.

John Ford abusa de sentimentalismos para construir a personalidade do juiz: Priest e os habitantes de sua cidade convivem harmoniosamente com os negros, se tornando até cúmplices algumas vezes, e dá um certo poder de manipulação para o juiz; um dos principais componentes de sua personalidade e, com certeza, uma inovação para época.

Todos esses artifícios são usados pelo diretor para exaltar os sulistas; tendo em vista que John Ford localiza o filme logo após a Guerra de Secessão, que teve os nortistas como vencedores. Essa exaltação é estampada nos discursos dos personagens, no modo como convivem na pequena cidade e no tema das canções apresentadas no filme.

Além do recurso musical, Ford também aposta no bom-humor dos atores. Além de Will Rogers, que está fantástico no papel de Priest, outro destaque é o comediante negro Stepin Fetchet, interpretando Jeff Poindexter, escravo do juiz. Entre eles há a melhor relação negro/senhor apresentada no filme.

Juiz Priest é um filme divertido de assistir por vários motivos: primeiramente, por deixar claro a exaltação que o diretor pretendia fazer do sul; por criar uma relação de cumplicidade entre negros e senhores e por usar como arma fundamental de atração, o bom-humor.

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