sábado, 31 de dezembro de 2011

Melhores Filmes do Ano em 2011

    Mas uma vez o Neocríticas tem o prazer de eleger os melhores filmes do ano, na opinião das pessoas que participararm ativamente da manutenção deste espaço no ano de 2011. Orgulhosamente ressaltando e parabenizando a integração de Dario Façanha a Sociedade Brasileira de Blogueiros Cinéfilos (SBBC) e a de Elias Neves Gongalves a Associação de Críticos de Cinema do Pará  (ACCPA), conquistas merecidas de ambos neste ano de 2011. Sucesso!!!



 Melhores Filmes - 2011

1º "Cisne Negro" de Darren Aronofsky (34 pontos)
2º "A Árvore da Vida" de Terrence Malick (32 pontos)
3º "Cópia Fiel" de Abbas Kirostami (30 pontos)
4º "A Fita Branca" de Michael Haneke (23 pontos)
5º "Meia-Noite em Paris" de Woody Allen (19 pontos)
6º "Melancolia" de Lars Von Trier (15 pontos)
7º "A Pele que Habito" de Pedro Almodóvar (14 pontos)
8º "Bravura Indômita" de Ethan e Joel Coen (11 pontos)
9º "Namorados Para Sempre" de Derek Cianfrance (9 pontos)
10º "127 Horas" de Danny Boyle
       "Um Lugar Qualquer" de Sofia Coppola (7 pontos)

Melhores Filmes do Ano de 2011 - Listas Individuais

Dario Façanha
1º Cisne Negro
2º A Fita Branca
3º Cópia Fiel
4º Um Lugar Qualquer
5º 127 Horas
6º Namorados Para Sempre
7º A Pele que Habito
8º A Árvore da Vida
9º O Palhaço
10º Melancolia


Elias Neves Gonçalves
1º A Árvore da Vida
2º Melancolia
3º Cisne Negro
4º Cópia Fiel
5º A Fita Branca
6º Meia-Noite em Paris
7º Em um Mundo Melhor
8º Reencontrando a Felicidade
9º Homens e Deuses
10º A Pele que Habito


Salma Nogueira
1º Cópia Fiel
2º A Árvore da Vida
3º A Fita Branca
4º Cisne Negro
5º Meia-Noite em Paris
6º Melancolia
7º Bravura Indômita
8º A Pele que Habito
9º O Mágico
10º 127 Horas


Samy Twist
1º A Árvore da Vida
2º Cisne Negro
3º Meia-Noite em Paris
4º Bravura Indômita
5º A Pele que Habito
6º Cópia Fiel
7º Namorados Para Sempre
8º O Discurso do Rei
9º Amor e Outras Drogas
10º Pânico 4

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Amanhã Nunca Mais

Passo Maior que as Pernas
Amanhã Nunca Mais (Brasil, 2011) é dotado de inúmeras referências, dentre as quais saltam aos olhos: a cena de abertura ao estilo Um Dia de Fúria (EUA, 1993), a trama de percalços ao longo de uma noite também vista em Depois de Horas (EUA, 1985) e o protagonista passivo que pressionado por situações extraordinárias explode em fúria e violência tal como o personagem de Dustin Hoffman em Sob o Domínio do Medo (EUA, 1971).
O problema, dentro deste contexto, reside na falta de personalidade própria do título brasileiro que, por sua vez, acaba perdendo a oportunidade de ser um interessante estudo sobre comportamentos alterados pelo sufocamento de uma metrópole para, assim, se contentar com a apresentação de um festival de tipos caricatos em meio a situações absurdas.
Não fosse o bastante, o diretor Tadeu Jungle opta por entregar tudo mastigado ao espectador - ignorando, portanto, palavras como síntese e sugestão¹ - através do esteio de uma trilha sonora insistentemente moldada para conduzir as reações do público, o que, convenhamos, é lamentável, visto que apesar de contar com efeitos sonoros extremamente bem editados, a música tão presente em cada cena serva apenas para tornar a experiência um enfado.
Dito isso, embora não se trate, ainda bem, de um filme de longa duração, o que fica é a impressão de que Amanhã Nunca Mais, face o teor repetitivo de seu enredo, alcançaria um melhor rendimento caso se limitasse ao formato de um curta-metragem. Eis o típico caso em que o passo dado fora maior do que as pernas.
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1.     Para não soar injusto, cabe dizer que uma sugestão é sim feita, e bem, qual seja a exposição da situação profissional/financeira do personagem principal, isto é, do médico anestesista que mesmo trabalhando dia e noite em plantões consecutivos ainda não consegue lograr um status econômico privilegiado; afinal, seu automóvel é popular, seu passeio com a família é para um balneário freqüentado por classes B e C e sua casa suburbana e apertada por certo não comporta as expectativas suas e de sua mulher. Tal realidade é mostrada nem sempre com sutileza, mas, ao se apoiar tão somente na força das imagens e nos sentidos do espectador, revela o quanto o trabalho de Tadeu Jungle seria melhor se ousasse mais nesse sentido.
COTAÇÃO: ۞۞
Ficha Técnica
Direção: Tadeu Jungle
Elenco:Lázaro Ramos (Walter)Maria Luisa Mendonça (Miriam)Fernanda Machado (Solange)Milhem Cortaz (Geraldo)Luis Miranda (Motoboy)Paula Braun (Renata)Vic Militello (Dona Olga)Carlos Meceni (Cirurgião-chefe)Imara Reis, Arthur Kohl
Música: André Abujamra e Márcio Nigro
Fotografia: Ricardo Della Rosa
Edição: Estevan Santos e Jon Kadosca
Estreia: 11 de Novembro de 2011
Duração: 78 min.


Dario Façanha (texto originalmente publicado em http://www.setimacritica.blogspot.com)

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A Árvore da Vida

AINDA SOBRE “A ÁRVORE DA VIDA” OU... CADA MACACO NO SEU GALHO!

 
O significado da palavra grega  pathos como paixão, excesso, catástrofe, sofrimento, passagem, assujeitamento,  parece ser a tônica dominante  na narrativa  e/ou  talvez seja a essência do filme  de Terrence Malick “A Árvore da Vida” (EUA, 2011). Aqui o termo pode adquirir uma amplitude de sentido e possibilita impressões várias  ao longo do filme.  Longe de ser catequético ou de impor  um ideal religioso - apesar de seu tom espiritualista e metafísico, - percebe-se a  sutileza de Mallick em alcançar ou corresponder a todos os olhares possíveis sejam eles  criacionistas, evolucionistas, humanistas, teológicos, filosóficos, agnósticos e até estéticos. A árvore de Mallick parece ter galho para todos os sapiens sapiens sem distinção.

De onde viemos e para onde vamos? Os deslumbrantes planos sobre a origem do universo e da criação das espécies traduzem essa força de potência e  assenhoramento do tempo através do ciclo ad infinitum da vida (empregando aqui um bom filosofês  dos pensadores).  A filosofia tem se ocupado destas questões e o cinema também. A árvore de Malick é um pretexto para esta discussão. Ademais, a tumultuada relação entre pai e filho é o ponto de tensão e ressoa por todo o núcleo familiar ao mesmo tempo que a  figura da mãe é a ponte que traduz o perdão, a graça e o amor – a equação colocada à prova no filme. A tão discutida sequência do big bang pode ser um simples capricho estético de Mallick – que aliás é muito bem-vindo, mas também impressiona quanto representação da mobilidade da vida. 

 
A  grandiloquência da fotografia em harmonia com a trilha sonora  é um dos pontos altos do filme e suaviza o peso que é observar o dilema  da personagem do pai que busca alcançar o melhor através das boas obras, mas Mr. O’Brien (Brad Pitt) chega à conclusão de que fracassou a vida inteira e  não alcançou altas posições. Só considerava seu maior feito a família. A citação do Livro de Jó “Onde estavas tu quando Eu lançava os fundamentos da terra?” no início do filme é pertinente e tem-se a impressão que Mr. O’Brien é um Jó revisitado que, submerso em conflitos, busca entender os porquês de estar fazendo o bem e não ser recompensado à altura. A idéia de passividade e sofrimento em meio às vicissitudes da vida é reforçado.
A sequência do encontro na praia extrapola o tempo e o espaço incorporando um  topos reconhecido somente por cada um de nós em  nosso imaginário espiritual ou onírico. Poesia e discurso se mesclam nesta cena carregada de emoção sem  qualquer traço de pieguismo, cumprindo singularmente uma  catarse que também é papel da arte, no caso a do cinema.
                                                                                      
Os comos e  porquês de uma típica família estadunidense dos  anos  50 que  passa por dilemas pessoais, conquistas, perdas e faz reflexões sobre a existência pode ser  considerado um tema universal. Assistir ao filme de Malick é  desafiador pois talvez provoque em nós sentimentos e questionamentos que adiamos ou simplesmente tememos confrontar. A perda por meio da morte talvez seja o mais desconfortável dentre os assuntos  tratados ao longo do filme
A Árvore de Terrence Malick  não se esgota e rende muito assunto.Sempre  será uma obra que divide opiniões e suscita outros tantos conceitos e pré-conceitos que suas imagens provocam na visão de cada espectador que  se propõe a ver o filme  por  inteiro.
Sim, assistir por inteiro sem abandonar a sala de cinema antes dos primeiros trinta minutos iniciais de projeção – aliás, fato este visivelmente constatado durante as sessões em que  estive presente. Possivelmente, alguém achou que tratava-se de mais um filme com o galã hollywoodiano Brad Pitt no elenco principal.
Eu adorei o filme, outros detestaram! Mais uma vez, cada macaco no seu galho, como diz o ditado!

Elias Neves (texto originalmente publicado em http://www.eliasneves.blogspot.com)

domingo, 18 de dezembro de 2011

Melancolia

O APOCALIPSE SEGUNDO LARS VON TRIER

Um planeta em rota de colisão com a Terra anunciando uma catástrofe global. Estranhos fenômenos celestes alterando a natureza dos astros e dos animais. Uma festa de casamento e uma noiva flutuando num riacho evocando a pintura pré-rafaelita “O Suicídio de Ofélia”. Chuva de pássaros mortos, de cinzas e de pedras. Citação de números que parecem enigmáticos e místicos. Toda essa sucessão de imagens ao som do prelúdio de Tristão e Isolda, consagrada ópera de Wagner. É com este prólogo repleto de cenas surreais e simbólicas, mas inegavelmente poéticas, que começa “Melancholia”, o mais novo filme de Lars Von Trier, já considerado pela crítica européia o melhor  filme  do ano.
A atmosfera trágica do roteiro parece dialogar com o apocalipse bíblico cristão e o espectador  se sentirá tentado, por vezes, a fazer analogias diretamente com o texto do livro sagrado, porém  Lars Von Trier não tem a pretensão em parecer óbvio demais. A aniquilação de tudo vai muito mais além do terrível espetáculo visual da destruição da vida terrena. Faz um outro caminho e toma uma proporção pessoal  principalmente na vida das personagens Justine (Kirsten Dunst) e Claire (Charlotte Gainsbourg), as duas irmãs que vivem  uma relação quase simbiótica não fosse a diferente e particular maneira de cada uma no enfrentamento da vida e da realidade dos fatos. 


 
Não por acaso, Melancholia é dividido em dois capítulos, Justine - parte 1 e Claire – parte 2, um pretexto para esmiuçar a personalidade de ambas. Justine, insegura e imprevisível, é acometida de uma depressão paralisante e é socorrida por Claire que aparentemente é mais equilibrada e forte. E exatamente neste processo de conjunção entre planetas que a postura das irmãs tem uma reviravolta e vem à tona a discussão sobre o medo, o desconhecido, a solidão, a vida e a morte. Há quem veja metaforicamente os dois planetas como a representação das irmãs, porém esta leitura não é mais relevante que o tom áspero e amargo dos diálogos que seguem o filme inteiro atingindo em cheio nossos melindres diante destes temas. E fatalmente somos convidados a deitar neste divã cinematográfico e fazermos uma ligeira análise sobre a existência durante a sessão de cinema.

 
Em entrevistas, Lars Von Trier declarou que estava acometido de uma  profunda depressão no período em que filmou “Anticristo”, e tal estado de ânimo estendeu-se até “Melancholia”. Se a obra reflete este estado de alma do autor encontramos na narrativa um pessimismo existencial  tão semelhante quanto aos de filósofos como Schopenhauer e Nietzsche que discutem à exaustão a condição e miséria do ser humano em seus  valores e seus rituais de vida.
                                                                                    


Melancholia pode ser a visão particular de um apocalipse perante a vida mas também pode ser um ponto de reflexão para cada um de nós que, no recôndito da “caverna mágica”, pode apenas julgar a si próprio e chegar a uma absolvição ou condenação.
 
 
 
Elias Neves (texto originalmente publicado em http://www.eliasneves.blogspot.com)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Morte em Veneza

Obra Aberta
Theodor Adorno certa vez afirmou: “A grandeza de uma obra de arte está fundamentalmente no seu caráter ambíguo, que deixa ao espectador decidir sobre o seu significado”. Neste diapasão, a ambiguidade é o elemento brilhantemente manuseado por Luchino Visconti em Morte em Veneza (Itália, 1971), afinal, para o personagem principal do longa-metragem, o músico Gustav von Aschenbach, a beleza suprema, para ser alcançada, exigiria um rigor formal que rejeitaria, por conseguinte, qualquer toada propícia a tornar seus trabalhos abertos a interpretações.
Por ser o belo, entretanto, um conceito mergulhado em subjetivismo, o pragmático artista não tarda a ver suas crenças ruírem perante o inesperado encontro com um garoto que, para Aschenbach, corresponde ao estado ideal da beleza. Ato contínuo, as trocas de olhares são estabelecidas entre os dois, gerando no primeiro uma subserviência platônica que o leva a se digladiar entre as memórias de suas discussões doutrinárias e o atual desejo pederasta experimentado.
Ante o exposto, as nuances homossexuais são abraçadas sem pudor por Visconti¹ como forma de, assim, tornar mais pujante o conflito de Aschenbach acerca de seus rígidos ditames sobre a arte e sobre a vida, daí porque por mais notório que em certas passagens se mostre a conotação sexual da admiração nutrida entre o homem e o adolescente², o contexto estético/artístico é sempre lembrado para, desta feita, não banalizar nem simplificar os dilemas do protagonista.
Ademais, não fosse o bastante a eficiência e o respeito com que manipula tamanha ambigüidade, o diretor italiano ainda aproveita para inserir em Morte em Veneza características deveras peculiares de sua filmografia, tais como: o decadentismo – a exemplo do que fora mostrado em Vagas Estrelas da Ursa (Itália, 1966) – e a capacidade de abordagem de um roteiro de traços intimistas em meio a uma ambientação épica – tal como feito em O Leopardo (Itália, 1963).
Por fim, uma vez que se trata da adaptação cinematográfica de uma novela do alemão Thomas Mann³, inspirada, por sua vez, na personalidade do compositor austríaco Gustav Mahler, Visconti utiliza a 3ª e a 5ª Sinfonias do compositor como símbolos das emoções vividas por Gustav von Aschenbach, razão pela qual o cineasta não raro dispensa diálogos em benefício da trilha sonora que associada a magnífica interpretação de Dirk Bogarde retratam em imagens um martírio cuja natureza, conforme o estímulo de T. Adorno, cabe a você decidir.
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1.  A escalação de Dirk Bogarde para o papel principal do longa-metragem também colaborou para aumentar a polêmica sobre o teor homossexual da obra dado o fato de o ator ser gay.
2.  Neste sentido, o próprio Thomas Mann teria passado por experiência semelhante àquela vivida pelo protagonista de sua novela, senão vejamos:Objeto de desejo de um escritor no livro – e de um compositor no filme -, Tadzio, descobriu-se, teria realmente existido e inspirado Mann, que tinha pendores homossexuais. O seu nome real seria Wladyslaw Moes, de origem polonesa, e ele teria estado em Veneza, de fato, no início do século, na mesma época em que Mann visitou o local. Moes leu o romance e identificou várias passagens com situações vividas por ele durante a viagem – inclusive a saída de sua família da cidade em virtude do surto de cólera. A história foi confirmada pelo tradutor de Mann para o polonês, Andrej Doegowski, na revista Twen(FONTE: http://www.screamyell.com.br/secoes/morteemveneza.htm).
3. Além do romance original, Luchino Visconti também se inspirou em outros trabalhos para compor Morte em Veneza. Assim, “Além de se inspirar nos diálogos entre os compositores Mahler e Schoenberg para compor Aschenbach, o pensamento dos filósofos Friedrich Nietzsche e Arthur Schopenhauer são outras referências na discussão estética desenvolvida no correr da história”  (Fonte: Bravo! 100 Filmes Essenciais. 3ª Ed. São Paulo: Abril, 2009. p. 77).

COTAÇÃO۞۞۞۞۞

Ficha Técnica
Título Original: Morte a Venezia
Direção e Produção: Luchino Visconti
Roteiro: Nicola Badalucco e Luchino Visconti, baseado em novela de Thomas Mann
Elenco: Silvana Mangano (Tadzio's mother) Dirk Bogarde (Gustav von Aschenbach) Carole André (Carole Andre) Marisa Berenson (Frau von Aschenbach) Antonio Appicella (Vagrant)Luigi Battaglia (Scapegrace)Eva Axén (Tadzio's oldest sister) Mark Burns (Alfred)Sergio Garfagnoli (Jaschu, Polish youth)
Fotografia: Pasqualino De Santis
Figurino: Piero Tosi
Direção de Arte: Ferdinando Scarfiotti
Edição: Ruggero Mastroianni
País de Origem: Itália
Duração: 128 minutos
Curiosidade: “É irônico, mas na vida real, o destruído mesmo pela beleza de Tadzio foi seu intérprete, o menino sueco Bjorn Andrésen, que tinha só 14 anos quando fez o filme que o transformou em objeto de desejo no mundo inteiro. Quando Visconti o escolheu ele estudava música, morava com o padrasto e tinha, naturalmente, expectativas muito mais modestas na vida.  Depois de Morte em Veneza tentou seguir a carreira de ator, lançou-se como cantor, mas não teve nenhum sucesso: havia-se tornado prisioneiro de Tadzio. (...) Bjorn conta que não importava o que ele quisesse mostrar: todas as platéias só esperavam e queriam ver "o menino mais bonito do mundo", que Visconti havia imortalizado (...) Bjorn não tem boas lembranças daquela época, muito menos do filme.  Está certo de que teria sido mais feliz se não o tivesse feito, e confessa que se sentiu traído por Visconti, porque filmou sem ter nenhuma noção da temática homossexual de Morte em Veneza, que o perturbou a ponto de interferir em sua sexualidade” (FONTE: http://gloriafperez.blogspot.com/2007/12/morte-em-veneza-o-drama-na-vida-real.html).
  
Dario Façanha (texto originalmente publicado em http://www.setimacritica.blogspot.com)