sábado, 29 de dezembro de 2012

Melhores Filmes do Ano de 2012

       Mais uma vez o Neocríticas tem o prazer de eleger seus 10 melhores filmes do ano, em um 2012 de menos produção e de menos colaboradores, no entanto, de uma produção cinematográfica grandiosa e diversa que merece destaque.



Melhores Filmes - 2012

01º “A Separação” de Asghar Farhadi (26 pontos)
02º “Shame” de Steve McQueen (22 pontos)
03º “Fausto” de Aleksandr Sokurov (20 pontos)
04º “Pina” de Wim Wenders (14 pontos)
05º “A Invenção de Hugo Cabret” de Martin Scorsese (13 pontos)
06º “Febre do Rato” de Cláudio Assis (12 pontos)
07º “Drive” de Nicolas Winding Refn
       “L'Apollonide” de  Bertrand Bonello (10 pontos)
09º “O Artista” de Michel Hazanavicius (8 pontos)
10º “O Garoto da Bicicleta” de Jean-Pierre Dardenne & Luc Dardenne (6 pontos)



Melhores Filmes do Ano de 2012 - Listas Individuais

Dario Façanha
01º L'Apollonide
02º Shame
03º A Separação
04º A Invenção de Hugo Cabret
05º Drive
06º Febre do Rato
07º O Impossível
08º Tomboy
09º Conto Chinês
10º Os Descendentes


Elias Neves Gonçalves
01º Fausto
02º A Separação
03º Shame
04º Pina
05º O Garoto da Bicicleta
06º Febre do Rato
07º Na Estrada
08º Cosmópolis
09º Precisamos Falar Sobre Kevin
10º Conto Chinês


Salma Nogueira
01º Fausto
02º A Separação
03º O Artista
04º Pina
05º A Invenção de Hugo Cabret
06º Shame
07º Drive
08º Medianeras
09º Febre do Rato
10º Intocáveis

sábado, 1 de setembro de 2012

Intocáveis

Um Filme Cativante
Há quem insista em comparar Intocáveis (França, 2011) com O Escafandro e a Borboleta (França/EUA, 2007); ocorre, porém, que o primeiro se comporta muito mais como um filme de amizade do que como um drama sobre um homem paralítico, razão pela qual o trabalho dos diretores Olivier Nakache e Eric Toledano revela maior sintonia com títulos como Rain Man (EUA, 1988) e Perfume de Mulher (EUA, 1992).
Neste passo, ao invés de ser explorado, o tema da deficiência física serve, na verdade, como pretexto para introduzir o que realmente interessa: a improvável, mas bem sucedida, relação amigável e profissional entre dois homens completamente diferentes no que tange suas raças, culturas e classes sociais.
Ok, o enredo não propõe a invenção da roda, mas, em se tratando de um material cuja essência já é conhecida de trabalhos como os anteriormente citados, impressiona como Intocáveis consegue envolver, cativar e ganhar a cumplicidade do espectador, mérito esse que se deve a uma dupla de protagonistas talentosa o bastante para fazer funcionar o senso de humor negríssimo que não só pontua a abordagem de assuntos delicados e sérios como também se mostra responsável pela humanização de seres habituados a falar o que vem a cabeça por mais estapafúrdio que isso possa parecer.
No que atine, em específico, o trabalho dos atores principais, vale dizer que se nas outras produções que trataram de temas parecidos o destaque em termos de interpretação era conferido a quem se dedicava ao personagem deficiente², o contrário acontece no fenômeno¹ francês, eis que, mesmo que correto seja o contido tom do trabalho de François Cluzet (um quase clone de Dustin Hoffman), quem de fato brilha e garante o êxito daquilo que era pretendido pelo roteiro é a revelação Omar Sy. Esfuziante, falastrão e, não raro, politicamente incorreto o ex-presidiário interpretado pelo ator deverá, por certo, persegui-lo pelo resto da carreira, além de entrar para a galeria dos grandes tipos que compõem o cinema francês.
Otimista e sensível, Intocáveis possui como grande mérito a simplicidade, pois, no lugar de pretender funcionar como um tratado sociológico², o longa-metragem busca apenas lembrar-nos acerca de algo aparentemente óbvio, contudo, frequentemente esquecido: ainda que nem sempre seja possível estar no topo, a vida vale sim a pena. Altos e baixos, oscilações de ritmo – como aquelas percebidas no próprio filme – são inerentes a nossa existência, daí que havendo esperança num dia melhor tudo passa a ter um sabor diferente. E é por ser imbuído desse pensamento que a produção exala o aroma e o sabor da alegria.
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1. Tomando ainda como exemplo Rain Man e Perfume de Mulher, cabe ressaltar que Dustin Hoffman e Al Pacino foram laureados com o Oscar de melhor ator por seus respectivos papeis nesses filmes.
2.“A comédia passou em abril a marca dos US$ 300 milhões, tornando-se o filme francês mais rentável da história e o maior sucesso de todos os tempos na bilheteria mundial para um filme em língua não inglesa. Ainda não acabou, pois seus direitos foram vendidos para mais de 40 países, incluindo os Estados Unidos, onde foram comprados por Harvey Weinstein. O produtor [...] já está pensando no remake. Colin Firth está cotado para o papel do aristocrata tetraplégico...” (VALETTE, Phalène de. Revolução Francesa. in: PREVIEW. Ed. 32. São Paulo: Sampa, Maio de 2012. p. 10).
3.Neste sentido, Carolina Nogueira escreve: “Há quem reclame que os personagens não saiam da esfera da caricatura, que a empatia entre os dois extremos que o filme desperta não resista a um choque de realidade. Acho que não resiste mesmo - mas isso não diminui a força (e a diversão) do filme. É cinema, não sociologia. E funciona bem à beça” (FONTE: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2011/12/01/intocaveis-419253.asp. Acesso em 22.08.12).
FICHA TÉCNICA
Direção: Olivier Nakache, Eric Toledano
Roteiro: Olivier Nakache, Eric Toledano, baseado no original de Philippe Pozzo Di Borgio
Produção: Nicolas Duval-Adassovsky, Laurent Zeitoun, Yann Zenou
Elenco: François Cluzet, Omar Sy, Anne Le Ny, Audrey Fleurot, Clotilde Mollet, Alba Gaïa Kraghede Bellugi, Cyrril Mendy, Christian Ameri
Fotografia: Mathieu Vadepied               Trilha Sonora: Ludovico Einaudi
Estreia no Brasil: 31.08.2012                 Estreia Mundial: 02.11. 2011
Duração: 112 min.
 
 Dario Façanha (texto originalmente publicado em http://www.setimacritica.blogspot.com)
 

domingo, 19 de agosto de 2012

Shame

O Máximo a Partir do Mínimo
Shame (Reino Unido, 2011) é um filme milimetricamente pensado e bem feito. Steve McQueen, neste diapasão, associa à experiência cinematográfica o olhar do artista plástico que também é para compor uma das mais belas, tristes e, por conseguinte, sinceras obras dos últimos anos. Sem euforia o cineasta grava longas tomadas que, se num primeiro momento remetem ao estilo de Yasujiro Ozu, em outros instantes tem a imobilidade quebrada em prol de uma aproximação que se efetiva na medida em que os personagens traçam semelhante rota. Por seu turno, a paleta azul que predomina nos cenários e figurinos é aplicada com excelência nos ambientes clean e vazios pelos quais percorre o melancólico e lacônico protagonista. O silêncio, aliás, é perfeitamente utilizado e ainda que em determinadas passagens seja interrompido pela soberba trilha musical, deixa óbvio o domínio de McQueen sobre a linguagem fílmica ao passo em que se comunica e se faz entender com pouquíssimas palavras¹, aspecto esse, é claro, em que não se pode deixar de enfatizar a enorme colaboração de Michael Fassbender, cuja entrega ao papel não é somente física, mas, sobretudo, espiritual, afinal, a densidade do personagem não advém necessariamente do corpo nu do ator e sim da incorporação hipnótica de olhares, expressões faciais e tom de voz que é por ele realizada. Carrey Mulligan também surpreende ao entregar a melhor encarnação não oficial de Marylin Monroe já vista. Não bastasse os cabelos platinados e o canto sussurrado, a atriz se esquiva da repetição de traços de interpretações anteriores para, desse modo, criar o retrato de uma mulher, tal qual a inesquecível Norma Jean, frágil, trágica, dúbia e inadvertidamente sensual.
Por fim, vale dizer que listar as características que integram a personalidade de cada personagem pode resultar numa tarefa ineficaz, eis que as muitas lacunas deixadas indicam que o importante não é compreender com exatidão o que cada um pensa ou sente nem os motivos que os levam a no presente se comportar dessa ou daquela maneira. A intenção, na verdade, é proporcionar uma viagem, sem explicações pretéritas, aos limites da sordidez humana. Não a toa, quanto mais decadente a trajetória do ninfomaníaco se mostra, mais degradante e solitário o drama e o sexo se revelam.
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1.Exemplos dessa conclusão podem ser vistos em duas sequências:
a)Durante o longo travelling que acompanha o cooper do personagem de Fassbender, surgem as seguintes indagações: estaria aquele homem fugindo de seus instintos mais primitivos ou, ao contrário, estaria caminhando rumo a redenção? Em sendo esse o caso, sua posição no quadro/plano seria um indicativo de que aquela é uma corrida perdida, em vão?
b)A única lágrima que escorre pelo rosto do viciado em sexo ao longo da apresentação de sua irmã em um restaurante sugere a vergonha de um homem perante a sordidez de seus desejos ou, de forma mais cálida, demonstra o orgulho e o zelo de um irmão ante o talento daquela mulher?
Independentemente das respostas uma conclusão é inconteste: são poucos que conseguem sugerir tanto a partir de tão pouco.
Ficha Técnica
Direção: Steve McQueen
Produção: Iain Canning, Emile Sherman
Roteiro: Abi Morgan, Steve McQueen
Elenco: Michael Fassbender, Lucy Walters, Mari-Ange Ramirez, James Badge Dale , Nicole Beharie, Alex Manette, Hannah Ware, Elizabeth Masucci
Fotografia: Sean Bobbitt            Trilha Sonora: Harry Escott
Estreia no Brasil: 16.03. 2012    Duração: 101 min.
 
 Dario Façanha (texto originalmente publicado em http://www.setimacritica.blogspot.com)

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

À Beira do Caminho

O Sample no Cinema
 “O sample, uma espécie de Ctrl+C – Ctrl+V na música, sempre foi um recurso comum na eletrônica e no hip-hop. Hoje, músicos do pop e até do rock recorrem a ele sem nenhum constrangimento. Só neste ano, artistas e bandas como Maroon 5, Coldlplay e Bruce Springsteen compuseram seus novos discos com a ajuda de samples”¹
Originalidade e ineditismo, por certo, não são características presentes nos títulos que compõem a filmografia de Breno Silveira, afinal, Dois Filhos de Francisco (2005) não passou de um filme biográfico edificante atento a todas as regras e convenções do gênero, ao passo que Era Uma Vez... (2008) representou apenas mais uma variação da história do amor impossível – com ecos de Romeu e Julieta. Dito isso, seu novo trabalho, À Beira do Caminho (Brasil, 2012) segue o mesmo ritmo de aproveitamento de ideias alheias já vistas antes, isso porque:
- a trama do caminhoneiro solitário que se vê obrigado a dividir a boleia com um garoto soma-se a longa lista de roteiros que utilizam a premissa de parceiros de viagem forçados a ter a companhia um do outro, mas que, no fim, acabam se tornando grandes amigos;
- por seu turno, a trajetória em busca do pai da criança em muito lembra o que fora mostrado em Central do Brasil (1998), ao passo que a estratégia de integração das canções de Roberto Carlos a narrativa já havia sido posta em prática, de forma, ressalte-se, mais convincente e orgânica em outro road-movie nacional, qual seja o ótimo O Caminho das Nuvens (2003).
Para os mais exigentes esse acúmulo de referências e clichês deverá desagradar. Para quem, por outro lado, preferir encarar a obra sem falsas expectativas – pois, como outrora sugerido, trata-se de mais uma realização de um cineasta adepto do sample – saltarão aos olhos duas inegáveis qualidades que, a despeito dos deméritos elencados, salvam o longa-metragem na medida em que acabam permitindo seu correto funcionamento: a bela fotografia de Lula Carvalho e a excelente interpretação de João Miguel, cujo tom sóbrio e lacônico impede que o melodrama resvale na pieguice. Eis um ator completo que encarna, como poucos, homens que carregam o peso do mundo nas costas².
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1.     FONTE: Revista Veja. Ed. 2281. Ano 45. N° 32. São Paulo: Abril, 08.08. 2012. p.9.
2.    Neste sentido, sua atuação em Xingu (Brasil, 2012) já servira de comprovação desse talento.
 
Dario Façanha (texto originalmente publicado em http://www.setimacritica.blogspot.com)
 
FICHA TÉCNICA
Direção: Breno Silveira
Produção: Breno Silveira, Lula Buarque de Hollanda         
Roteiro: Patrícia Andrade              Fotografia: Lula Carvalho
Elenco: João Miguel, Dira Paes, Vinicius Nascimento, Ludmila Rosa, Denise Weinberg, Ângelo Antônio
Estreia: 12.08.2012                        Duração: 102 min.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Bonequinha de Luxo/Disque Butterfield 8

Cinema Super e Subestimado
um paradigma, por ter sido substituído, não perde a sua validade científica, ele apenas deixa de ser utilizado, cai em desuso. Em arte (...) a obra não deixa de ter valor por ter sido executada sob perspectivas passadas. A diferença (...) é que em ciência o pesquisador descarta mais rapidamente a sua história, os paradigmas são substituídos e esquecidos mais rapidamente. O referencial histórico tem, nesse sentido um valor menor, enquanto em arte esse valor histórico é de suma importância, sendo fundamental para a formação de qualquer artista”¹

Considerado um marco do romantismo no cinema, Bonequinha de Luxo (EUA, 1961) ditou moda e estabeleceu um ícone na filmografia de Audrey Hepburn, qual seja a sofisticada, mas fútil Holly Golightly. Passados mais de cinqüenta desde seu lançamento, o filme permanece tanto reunindo legiões de fãs quanto gozando de prestígio entre os críticos, circunstância essa que enseja o seguinte questionamento: é merecido ainda hoje tamanho sucesso?
Por certo não, afinal, se as suavizações ao romance de Truman Capote poderiam ser necessárias em 1961 - época em que o aspecto comportamental da sociedade americana ainda estava atrelado aos bons costumes da década anterior; quando, portanto, a revolução sexual e a contracultura das drogas ainda eram realidades distantes -, hoje a superficialidade com que a história original é abordada depõe imensamente contra o produto final.
Neste sentido, embora um certo ar de ambigüidade flutue pelo longa-metragem no que diz respeito as formas com que o casal de protagonistas garante seu sustento,  tal sugestão, vale dizer, é sempre amenizada através das inserções ora de cenas de puro pastelão ora por diálogos moralistas indicando peso na consciência dos personagens.
Desta feita, a prostituta e o gigolô nunca se assumem como tais, preferindo, assim, a imagem de meros receptores de favores financeiros, o que, infelizmente faz com que
- os conflitos soem rasos;
- as motivações para as mudanças resultem pouco convincentes.
Assim, tudo é arquitetado para tornar a experiência palatável a um gosto mediano e pouco interessado em polêmicas², daí a toada infantilóide da direção de Blake Edwards.
 Logo, é possível concluir que Bonequinha de Luxo mantém uma relevância estética que, infelizmente, não encontra correspondência quanto a seu conteúdo, isso porque é inegável o abismo de diferença qualitativa entre a obra e, por exemplo, o hoje esquecido Disque Butterfield 8 (EUA, 1960) que, abordando semelhante tema, compõe um retrato denso e adulto sobre a vida de uma garota de programa no que tange os reflexos psicológicos, familiares e afetivos da profissão.
Não fosse o bastante os diferentes tratamentos dados ao tema em termos de roteirização e direção, a distância entre projetos a princípio tão próximos quanto ao assunto abordado é acentuada em razão das diametralmente opostas interpretações de suas respectivas atrizes, visto que, ao contrário da interpretação abobalhada e fofinha de Audrey Hepburn, Butterfield 8 conta com a exuberante e melancólica performance de Elizabeth Taylor - laureada na ocasião com seu primeiro Oscar.
Apesar de lançado apenas um ano antes de Bonequinha de Luxo, Disque Butterfield 8 não fincou seus pés no passado como aquele, optando, desse modo, por olhar para frente e apostar nas reviravoltas sociais que o futuro traria logo adiante. Eis o injusto caso de obras, respectivamente, super e subestimadas.
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1. ZAMBONI, Sílvio. A Pesquisa em Arte: Um Paralelo Entre Arte e Ciência. São Paulo: Autores Associados, 1998. P. 36-7.
2.“No romance [original], Holly (...) tem, por exemplo, uma ‘aventura’ com outra mulher. Os produtores do filme acharam que tais atributos não eram apropriados à imagem de Hepburn e esses foram, então, omitidos” (FONTE: 501 Filmes que Merecem Ser Vistos. São Paulo: Larousse do Brasil, 2009. P. 299.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Para Roma com Amor (Woody Allen, 2012)



Desta vez, além de ambientar sua trama na Cidade Eterna, Woody Allen nos presenteia com várias tramas, uma mais interessante que a outra, com um humor real e simples. Quando do lançamento de “Vicky Cristina Barcelona”, ouvi, e ainda ouço que este fora um filme meio Woody, meio Almodóvar. É inegável alguma influencia em temas e personagens; se assim foi, vejo neste “Para Roma com Amor”, muito de Luis Buñuel, que já foi até personagem no seu filme anterior, e algo ligeiramente Fellini. Os momentos absurdos apresentados não são nunca em vão ou simplesmente para chocar. Sagazmente Woody faz uma crítica ácida a sociedade que não contente em consumir objetos e ideias em pacotes herméticos, agora consome pessoas, tipos de pessoas. Consome, suga o que pode e depois, os descarta, tão facilmente como os utiliza. Uma crítica que não é nova na filmografia de Allen; o tema já fora abordado em Match – Ponto Final, e presumo, em alguns exemplos anteriores. Woody nos presenteia com mais uma obra alegra, crítica e inegavelmente com sua marca, apesar das visíveis influencias.

É também a volta de Allen como ator, e a apresentação de mais uma cidade europeia pelos olhos Woodianos. Mais uma cidade para nos apaixonarmos, embalados em mais uma maravilhosa trilha sonora, sem dúvida escolhida a dedo.

Temos a presença sempre agradável de Jesse Eisenberg e a não tão inspirada Ellen Page; além de encontrarmos uma Penélope Cruz camaleão; incrível como ela está à vontade tanto no papel como na língua italiana. Alec Baldwin, em um papel um tanto absurdo também se encontra muito bem e o resto do elenco está no papel certo na hora certa.

“Para Roma com Amor”, é um filme inferior a “Meia Noite em Paris”, mas nem por isso ruim. Ao contrário, vale muito o esforço ver um Woody Allen lúcido, em plena forma e que ainda tem, sem dúvida, muito filme para rodar.


3 ¹/² estrelas.