quinta-feira, 5 de julho de 2012

Para Roma com Amor (Woody Allen, 2012)



Desta vez, além de ambientar sua trama na Cidade Eterna, Woody Allen nos presenteia com várias tramas, uma mais interessante que a outra, com um humor real e simples. Quando do lançamento de “Vicky Cristina Barcelona”, ouvi, e ainda ouço que este fora um filme meio Woody, meio Almodóvar. É inegável alguma influencia em temas e personagens; se assim foi, vejo neste “Para Roma com Amor”, muito de Luis Buñuel, que já foi até personagem no seu filme anterior, e algo ligeiramente Fellini. Os momentos absurdos apresentados não são nunca em vão ou simplesmente para chocar. Sagazmente Woody faz uma crítica ácida a sociedade que não contente em consumir objetos e ideias em pacotes herméticos, agora consome pessoas, tipos de pessoas. Consome, suga o que pode e depois, os descarta, tão facilmente como os utiliza. Uma crítica que não é nova na filmografia de Allen; o tema já fora abordado em Match – Ponto Final, e presumo, em alguns exemplos anteriores. Woody nos presenteia com mais uma obra alegra, crítica e inegavelmente com sua marca, apesar das visíveis influencias.

É também a volta de Allen como ator, e a apresentação de mais uma cidade europeia pelos olhos Woodianos. Mais uma cidade para nos apaixonarmos, embalados em mais uma maravilhosa trilha sonora, sem dúvida escolhida a dedo.

Temos a presença sempre agradável de Jesse Eisenberg e a não tão inspirada Ellen Page; além de encontrarmos uma Penélope Cruz camaleão; incrível como ela está à vontade tanto no papel como na língua italiana. Alec Baldwin, em um papel um tanto absurdo também se encontra muito bem e o resto do elenco está no papel certo na hora certa.

“Para Roma com Amor”, é um filme inferior a “Meia Noite em Paris”, mas nem por isso ruim. Ao contrário, vale muito o esforço ver um Woody Allen lúcido, em plena forma e que ainda tem, sem dúvida, muito filme para rodar.


3 ¹/² estrelas.

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