Desta vez, além de ambientar sua trama na Cidade Eterna,
Woody Allen nos presenteia com várias tramas, uma mais interessante que a
outra, com um humor real e simples. Quando do lançamento de “Vicky Cristina
Barcelona”, ouvi, e ainda ouço que este fora um filme meio Woody, meio
Almodóvar. É inegável alguma influencia em temas e personagens; se assim foi,
vejo neste “Para Roma com Amor”, muito de Luis Buñuel, que já foi até
personagem no seu filme anterior, e algo ligeiramente Fellini. Os momentos
absurdos apresentados não são nunca em vão ou simplesmente para chocar.
Sagazmente Woody faz uma crítica ácida a sociedade que não contente em consumir
objetos e ideias em pacotes herméticos, agora consome pessoas, tipos de
pessoas. Consome, suga o que pode e depois, os descarta, tão facilmente como os
utiliza. Uma crítica que não é nova na filmografia de Allen; o tema já fora
abordado em Match – Ponto Final, e presumo, em alguns exemplos anteriores.
Woody nos presenteia com mais uma obra alegra, crítica e inegavelmente com sua
marca, apesar das visíveis influencias.
É também a volta de Allen como ator, e a apresentação de mais
uma cidade europeia pelos olhos Woodianos. Mais uma cidade para nos
apaixonarmos, embalados em mais uma maravilhosa trilha sonora, sem dúvida
escolhida a dedo.
Temos a presença sempre agradável de Jesse Eisenberg e a não
tão inspirada Ellen Page; além de encontrarmos uma Penélope Cruz camaleão;
incrível como ela está à vontade tanto no papel como na língua italiana. Alec Baldwin,
em um papel um tanto absurdo também se encontra muito bem e o resto do elenco
está no papel certo na hora certa.
“Para Roma com Amor”, é um filme inferior a “Meia Noite em
Paris”, mas nem por isso ruim. Ao contrário, vale muito o esforço ver um Woody
Allen lúcido, em plena forma e que ainda tem, sem dúvida, muito filme para
rodar.
3 ¹/² estrelas.
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